segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Deu tudo errado!!!


Putz, sabe aqueles dias em que tudo que poderia sair errado, sai? Pois é, ontem foi esse dia...


Tudo começou na sexta-feira 13, estava eu na minha aulinha de dança do ventre, no último ensaio para a apresentação deste último domingo (15/02). Na hora de ir embora, a dona da escola recebeu a notícia sobre a morte de sua mãe, e ficou totalmente desesperada. Eu e as outras meninas ficamos lá na escola dando uma força pra ela, tadinha, ela estava completamente arrasada.

Aí ficamos pensando, 'e aí? Subimos no palco no domingo? Será que faz algum sentido dançarmos mesmo sem a presença da dona da escola e com esse clima?'. Mas tudo ficou marcado como deveria, e eu e minha amigas achamos melhor dançar mesmo assim, por ela, porque a escola é a vida dela e acreditamos que ela não gostaria que tudo fosse cancelado. Aliás, mesmo durante seu desespero, ela estava bastante preocupada conosco e com a festa.

Bom, no meio de toda a confusão de sexta-feira, acabamos esquecendo algumas peças das nossas roupas na escola, e claro que só percebemos isso no sábado à noite, quando a escola já estava fechada. Depois de uns vários telefonemas, nada de encontrar a responsável pela escola pra ela poder abri-la pra nós. No domingo de manhã (no dia da apresentação), minha cunhada (que é da minha turma de dança) e uma outra menina vieram pra minha casa pra "improvisar" nas roupas. Corta ali, costura de lá, e conseguimos providenciar umas peças de emergência.

Fomos para o teatro voando praticamente, pra fazer maquiagem e a "montagem geral" - roupa, alfinetes e toda a parafernália.

Mas o pior mesmo foi a formação do grupo. Uma das meninas quase não ensaiou, mal sabia a coreografia e chegou uns 15 minutos antes da gente ir pro palco. Eu e as outras duas já tínhamos até reformulado a coreografia para dançarmos em trio. Estávamos até confiantes com o resultado, mas aí a última menina chegou, vestiu-se correndo e lá fomos nós, tremendo nas bases. E além do nervosismo pré-palco normal, ficamos muito inseguras. O palco cresceu e nos engoliu.

Bom, devido ao nervosismo e tudo que já tínhamos passado, a dança foi um desastre! Mesmo nós três que estávamos super ensaiadas ficamos muito nervosas e erramos coisas bestas. Eu até que estava conseguindo relaxar, até que vi um maldito cara cochichando e rindo na platéia, e isso me desestabilizou. Tentei manter a calma, mas dei uma murchada.

Depois que a dança acabou, saímos em silêncio do palco, com as caras fechadas. A professora coitada veio dar os parabéns e abraçar uma por uma e eu pedi desculpas a ela pela porcaria que apresentamos.

Enfim, decidimos que na próxima aula vamos sentar e conversar, pra que isso não volte a acontecer. A sorte é que somos uma turma bem unida, então vamos tentar conversar numa boa, sem brigas. Mas o fato é que somos um grupo e quando uma não está bem ensaiada, todo mundo sai perdendo. Por isso vamos conversar, pra que na próxima pelo menos possamos nos divertir, e que possamos apresentar um bom trabalho.

Acho que o pior é perante a professora. Ela é ótima e faz um excelente trabalho, não merece ver um resultado final "meia-boca".

E foi assim. Não foi gostoso como das outras vezes, não saímos sorrindo e nos abraçando no final, e o gostinho de "quero mais" virou um "graças a Deus que acabou!".

Agora é tentar usar isso como experiência para as próximas, e tentar não repetir os erros desta apresentação. Sacooooo!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vídeo da Naima Akef e os instrumentos musicais

Um vídeo clássico, de uma bailarina que é uma das lendas da dança do ventre e que tem muita coisa pra ser estudada. Uma bailarina egípcia que já mostrava além de toda a jocosidade e magnetismo famosos das egípcias, uma técnica bastante desenvolvida em uma época em que não tínhamos todo o estudo técnico de agora. Ela tem um quadril poderoso, bem soltinho e um belo cambré (bem no finalzinho do vídeo).

O vídeo mostra três danças da Naima Akef, e apesar da qualidade da imagem não ser lá essas coisas, dá pra aprender e estudar bastante com ela, mas também aproveitei pra identificar e estudar alguns instrumentos tradicionais egípcios, que são importantes para nossa dança até os dias de hoje. Esse vídeo traz um repertório riquíssimo de instrumentos tradicionais, alguns velhos conhecidos (snujs e derbake), outros que sabemos que existe, mas que são bem menos ensinados por aí. Eu já vi alguns textos teóricos sobre os instrumentos, seus nomes e descrição de seus tímbres, recomendações sobre como trabalhar o corpo ao som de cada um deles, mas tenho dificuldades para identificar alguns deles nas músicas, especialmente quando são do mesmo tipo (cordas, percussão, sopro etc). Por isso gostei muito desse vídeo por esse motivo também, na primeira parte os músicos vão surgindo um a um e dá pra identificar direitinho os timbres que vão sendo acrescentados à música. Legal também é comparar com algumas músicas clássicas de estudo, que tenham os mesmos instrumentos. O som fica gravado na cabeça.



Nesse vídeo os instrumentos que eu identifiquei foram (na ordem em que aparecem no vídeo, não na música necessariamente):

1 – acordeon

2 – snujs

3 – derbake

* o acordeon surge como instrumento de destaque e fica bem claro seu tímbre, e pra ajudar, o músico ainda se aproxima da bailarina

5 – Nay, instrumento de sopro

6 – um instrumento parecido com o piano, só que pequeno (ao fundo à direita, e que depois aparece com mais destaque na segunda e na terceira dança)

7 – instrumento de percussão, que talvez seja o derbake, mas a imagem está muito ruim

8 – pandeiro

Na última parte do vídeo, aparece um violino, o "pequeno piano", o kanun, um pandeiro e o nay, todos ao fundo e novamente há um pequeno destaque aos instrumentos. A Naima vai ao lado do "pequeno piano" e depois vai pra perto do derbake.

Nas músicas existem alguns outros instrumentos, aqui eu só mencionei os que podem ser vistos. Mas identificar todos eles, quem faz a linha melódica principal e como eles podem ser trabalhados na dança é outro estudo bastante interessante, pra exercitar bem o ouvido e ir "decompondo a música", "descobrindo seus instrumentos", um a um.

Vídeo fantástico! Pela bailarina, pelas músicas em geral e por seus detalhes, instrumento a instrumento. Pena que por ser antigo, a qualidade não seja muito boa. Mas ainda dá pra ver bonitas apresentações, protagonizadas não só pela Naima Akef mas também pelos vários músicos que compõem o show.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Participação em eventos e concursos

Este ano quero participar de meu primeiro concurso. Decidi! E além disso quero tentar participar de pelo menos 1 evento por mês, seja dançando, competindo ou só assistindo.

Eu já assisti a alguns concursos e mostras, mas nunca competi. Dei uma olhada nos sites e blogs de dança e vi muitas opiniões contra e a favor dos concursos, com alguns argumentos bem interessantes e outros nem tanto; também já bati um bom papo sobre isso com minha professora e com algumas amigas. Agora, depois disso tudo, decidi tentar; meu principal interesse em participar não é ganhar, mas primeiramente quero ver como eu me comporto: se consigo lidar com o nervosismo e se me sinto bem fazendo isso. Também quero receber as críticas dos jurados e aplicá-las na minha dança. Embora eu já tenho sido avaliada por alguns profissionais, nunca fiz isso em concursos, e acho que isso pode ser uma experiência interessante, porque além de apresentar tudo o que eu estudo e minha interpretação da música, tem a questão da ansiedade, que é um fator presente em quem compete. Como eu sou extremamente ansiosa pra tudo, inclusive para a dança, tenho que sentir como ela vai me afetar nessa hora e como vou lidar com ela. Se a ansiedade me dominar a ponto de eu não conseguir me divertir durante uma apresentação, é sinal de que não estou indo pelo caminho certo e que vou precisar mudar alguma coisa. Mas se eu nunca me expor a isso, nunca saberei, e prefiro mil vezes tentar e me frustrar - o que pode acontecer - do que ficar em casa dançando em frente ao meu espelho e nunca saber se teria gostado ou não. Por isso resolvi arriscar, e vou! E quem sabe se eu tomar gosto...

Também quero ver como lido com a derrota, e quem sabe, com a vitória também. Eu sou e sempre fui extremamente auto-crítica e tenho uma certa tendência a me "auto-sabotar", então quero ver como vou lidar com isso no concurso. Tenho certeza que vou ter que fazer um esforço enorme para não me comparar com os outros, e cuidar da minha dança, sem me punir demais nem me "achar". É isso mesmo, se um dia eu ganhar algum concurso, será que vou conseguir lembrar o porquê de eu estar dançando? Não gostaria de me perder na vaidade, e como ser humano que sou, sei que tenho que encontrar o equilíbrio. Quero ver se vou chorar, se vou ficar emburrada, alegrona, indiferente (não, tudo menos isso!!!). É, acho que será bom pra mim, como pessoa e bailarina, e se não for, é só não fazer de novo.

Eu conheço bailarinas profissionais e amadoras que nunca competiram e nem querem; também conheço aquelas que participam de concursos, que já perderam, ganharam, continuam competindo porque gostaram e confiam, e outras que não competem mais porque não confiam mais no processo, ou por outros motivos, mas são bailarinas que encontraram a própria dança, aprenderam a lidar com o turbilhão de emoções que envolvem um concurso, e eu quero isso pra mim. Tenho bastante medo, só de pensar na situação meu coração já dispara, imagina na hora. Aliás eu já reparei que quando me apresento, meu rendimento cai bastante em relação aos ensaios por causa do nervoso. Eu consigo curtir, mas não tanto quanto eu gostaria.

Acho que por tudo isso que eu descrevi é que quero me expor mais, tanto em concursos quanto em mostras em geral. Por isso estou montando uma agenda do ano e aos poucos vou colocando-a aqui, pra aqueles que também tiverem interesse em participar dos eventos da dança.

Em fevereiro por enquanto tenho só a apresentação da escola onde estudo, a Luxor. É uma apresentação da minha turma relativa à formatura do módulo passado (tiveram que adiar por causa minha!). Vamos dançar uma coreografia moderna.

Em março vou fazer um solo de said com bastão, na Luxor também, e vou dançar com a turma na formatura de novo. Vamos dançar uma clássica. E talvez eu participe do Festival Há da Rede Hayat, no dia 8 de março. Minha professora particular - a fofíssima e querida Rhazi Manat - talvez organize algo também, e eu posso fazer um solo, mas ainda não está confirmado.

Em abril, Mercado Persa!!! Vou dançar na mostra em grupo, participar de alguns workshops e assistir aos concursos, claro! Fora que no MP a gente sempre acaba conhecendo e encontrando uma galeeeera, bem legal.

Por enquanto parei. Já tenho alguns eventos nos outros meses que quero participar, mas depois coloco aqui.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Com dor e um estranho sorriso




Em 2007, no primeiro grande festival de dança que eu participei, tivemos 3 dias de aulas seguidos e foram aulas bem puxadas. No segundo dia eu já acordei bem dolorida, então procurei pegar mais leve e não forçar o corpo. Aproveitei pra anotar bastante coisas. Mas eu vi um monte de meninas com aqueles emplastros na coluna e nos joelhos. Também vi várias tomando analgésicos e anti-inflamatórios. Fiquei chocada e pensei "Nossa, que doidas, como podem fazer isso?"...bom, quem cospe pra cima...


Nesta semana eu fiz um curso intensivo de ballet. Tive aulas todos os dias de 2 horas cada. Nem preciso dizer como ficou meu corpo, né? Na 4ª feira (terceiro dia) já estava acabada! Na quinta-feira estava um pouco melhor (na verdade cheguei a sentir tanta dor que acho que o corpo acabou acostumando, sei lá) e tive alongamento (e o alongamento do ballet é bem ao estilo câmara de tortura). Bom, pra aguentar a aula de sexta-feira não aguentei e tomei o bem-dito analgésico. Paguei minha lingua!! Aliás tomei um na quinta à noite e outro na sexta antes da aula. Acho que nunca tinha ficado tão dolorida.



Nesta semana tive que cancelar minhas 2 aulas de dança do ventre porque eu simplesmente não tinha condições. Só de imaginar um shimmie já doía. Hoje é domingo e ainda estou dolorida, mesmo tendo ficado o fim de semana "de molho".

Mas é engraçado porque eu senti um estranho prazer mesmo com toda essa dor. Eu gostei muito do ballet, mas não era só isso...não sei explicar, mas cada dia que eu acordei parecendo que tinha levado uma surra, eu sorria...estava feliz, talvez por estar começando do zero de novo, por superar alguns limites (especialmente quanto à flexibilidade), mas continuo achando tudo muito estranho, um tanto masoquista.

E também tenho uma outra frustração: nunca tive bolhas nos pés. E olha que já treinei horas a fio, sem sapatilha, com sapatilha, saltando, girando, e nada! Os pés ficam pretos e nojentos, mas nada de bolhas!


Será que Freud explica?