É horrível ficar sem internet. Quando é um dia só, ou até dois, tudo bem, mas fiquei mais de uma semana, e a situação ainda não está totalmente resolvida, mas pelo menos já posso 'voltar a brincar'. Por outro lado, como fiquei sem internet, sem tv a cabo e telefone, pude dedicar mais tempo a outras coisas que ficavam um pouco deixadas pra segundo plano, e foi bom. Eu estou muito acostumada a estudar a parte mais teórica da dança pela internet e também assisto a muitos vídeos. Isso não pude fazer nestes dias, mas aproveitei pra treinar mais, trabalhar nas coreografias dos concursos e mostras dos quais vou participar, e ouvir melhor certas músicas. É engraçado como parece que meu ouvido 'se acomodou' depois de um tempo. Sabe aqueles exercícios de identificar a mudança de ritmos, de saber qual o ritmo que está tocando, coisas que eu já tinha aprendido a fazer há um tempo, mas acabei deixando de lado, e 'desaprendi'. Ah, também aproveitei pra ouvir bastante jazz – amo! – e colocar minhas leituras em dia (quer dizer, não tão em dia assim, mas dei uma adiantada, rsrs).
Outra coisa que aconteceu que acho que vale a pena compartilhar. Eu machuquei um pouco feio o dedo do pé esquerdo, e, consequentemente, fiquei sem poder dançar uns 4 dias. Pra mim, foi a morte!!! Maaaas, como boa nerd que sou, tentei buscar uma forma de poder treinar sem me prejudicar. Então comecei a treinar braços. É estranho que, pelo menos pra mim, os braços na dança pareciam sempre um pouco 'desligados' do restante. Sempre foi um desafio fazer com que a posição e o movimento deles ficasse leve, fluido e o mais natural possível. Mas, eis que quando fui treinar braços sem quadril, nem giros, nem nada, foi muito difícil. O resto do corpo simplesmente ia junto! Foi um desafio e tanto, mas pretendo repetir, mesmo sem estar machucada, porque foi algo diferente, e acho que me ajudou a colocar melhor os braços na dança.
Falando assim nem parece que estou falando de um corpo normal, de um todo, e sim de um brinquedo de encaixe ou um robô. Mas isso mostra o quanto não temos consciência do próprio corpo até termos que 'pensar' em cada parte isoladamente. E pessoalmente, A-DO-RO braços e mãos. Acho que é o que mais me chama atenção na dança. É um elemento que eu admiro muito na dança tribal norte-americana e na dança flamenca. Os braços são como uma moldura para a bailarina, e também podem ser as 'palavras' na dança; acho que as possibilidades são muitas, e isso me fascina. E também tem o fato de eu ser de família italiana, rsrs, as mãos me ajudam a me expressar diariamente.
Eva Yerbabuena
Fiz uma miscelânea neste post, mas aos poucos vou pegando o jeito de novo, rsrs. Ah sim, e viva o mundo virtual!