sexta-feira, 27 de março de 2009

Volteeeeei!!!


É horrível ficar sem internet. Quando é um dia só, ou até dois, tudo bem, mas fiquei mais de uma semana, e a situação ainda não está totalmente resolvida, mas pelo menos já posso 'voltar a brincar'. Por outro lado, como fiquei sem internet, sem tv a cabo e telefone, pude dedicar mais tempo a outras coisas que ficavam um pouco deixadas pra segundo plano, e foi bom. Eu estou muito acostumada a estudar a parte mais teórica da dança pela internet e também assisto a muitos vídeos. Isso não pude fazer nestes dias, mas aproveitei pra treinar mais, trabalhar nas coreografias dos concursos e mostras dos quais vou participar, e ouvir melhor certas músicas. É engraçado como parece que meu ouvido 'se acomodou' depois de um tempo. Sabe aqueles exercícios de identificar a mudança de ritmos, de saber qual o ritmo que está tocando, coisas que eu já tinha aprendido a fazer há um tempo, mas acabei deixando de lado, e 'desaprendi'. Ah, também aproveitei pra ouvir bastante jazz – amo! – e colocar minhas leituras em dia (quer dizer, não tão em dia assim, mas dei uma adiantada, rsrs).


Outra coisa que aconteceu que acho que vale a pena compartilhar. Eu machuquei um pouco feio o dedo do pé esquerdo, e, consequentemente, fiquei sem poder dançar uns 4 dias. Pra mim, foi a morte!!! Maaaas, como boa nerd que sou, tentei buscar uma forma de poder treinar sem me prejudicar. Então comecei a treinar braços. É estranho que, pelo menos pra mim, os braços na dança pareciam sempre um pouco 'desligados' do restante. Sempre foi um desafio fazer com que a posição e o movimento deles ficasse leve, fluido e o mais natural possível. Mas, eis que quando fui treinar braços sem quadril, nem giros, nem nada, foi muito difícil. O resto do corpo simplesmente ia junto! Foi um desafio e tanto, mas pretendo repetir, mesmo sem estar machucada, porque foi algo diferente, e acho que me ajudou a colocar melhor os braços na dança.


Falando assim nem parece que estou falando de um corpo normal, de um todo, e sim de um brinquedo de encaixe ou um robô. Mas isso mostra o quanto não temos consciência do próprio corpo até termos que 'pensar' em cada parte isoladamente. E pessoalmente, A-DO-RO braços e mãos. Acho que é o que mais me chama atenção na dança. É um elemento que eu admiro muito na dança tribal norte-americana e na dança flamenca. Os braços são como uma moldura para a bailarina, e também podem ser as 'palavras' na dança; acho que as possibilidades são muitas, e isso me fascina. E também tem o fato de eu ser de família italiana, rsrs, as mãos me ajudam a me expressar diariamente.


Eva Yerbabuena


Fiz uma miscelânea neste post, mas aos poucos vou pegando o jeito de novo, rsrs. Ah sim, e viva o mundo virtual!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sem Internet

Gente, estou sem internet e assim ficarei por alguns dias. Um caminhão arrancou um poste que liga a internet, tv a cabo e telefone à minha casa, e até tudo ser consertado e resolvido vai levar um tempinho. Mas não abandonei meu blog querido. Enquanto isso vou preparando algumas coisas para postar depois, assim que a situação for normalizada. E continuo dançando também!!
Quanto ao meu said, deu tudo certo!!! Foi uma delícia, aproveitei ao máximo e todo o ensaio e a expectativa valeram a pena. Depois eu coloco o vídeo aqui. Filmagem caseira, sabe como é, mas dá pra ver sem problemas. Obrigada a todas que torceram e me desejaram sorte!
Até daqui uns dias!

terça-feira, 3 de março de 2009

Said

Neste mês vou fazer um solo de said com bengala. Na verdade eu deveria ter apresentado este solo no final do ano passado, mas tive uma prova bem no dia e o solo foi transferido para este mês.

Este solo está sendo mais do que especial pra mim. Eu estudei bastante para prepará-lo e deixá-lo bem alegre e espontâneo, como eu imagino que um said deva ser. Mas, além da minha opinião, tem a origem e o significado. Então vamos lá:

O nome Said vem da cidade de El Saaid situada no alto Egito. A tradução da palavra também significa feliz. O ritmo (DUM TA DUM DUM TAKATA) é bem marcado, forte e é bastante usado em músicas árabes, podendo ser encontrado nas clássicas, folclóricas (como o Dabke) e até em músicas modernas.
O ritmo said também é usado para a dança com bastão ou bengala. A princípio a dança era masculina (Tahtib), onde os homens simulavam uma luta, e tinham que demonstrar destreza e força com o bastão (ou bastões). Do Tahtib surgiu a dança feminina (Raks Al Assaya), que pode ser com bengala ou bastão (embora eu tenha ouvido de algumas fontes que o bastão é para os homens e a bengala para as mulheres). Na dança feminina o objetivo é mostrar menos força e mais feminilidade, menos luta e mais graciosidade, o que a diferencia do Tahtib.*

Bom, pensando em tudo isso fui montando meu solo. Também assisti muitos vídeos. Fui apresentando para minhas professoras e amigas, e elas foram me ajudando a "montar o produto final". Estou bastante satisfeita com o resultado, agora só falta apresentar para o público. Espero que eles entendam o said.

Também tem a questão do figurino. Geralmente o Raks Al Assaya é dançado com vestido. Por isso eu bolei um vestido e pedi para uma costureira fazer. Pensei numa coisa simples e bem "camponesa". Comprei um tecido florido, e pedi para ela fazer de uma forma que a saia ficasse pesada no corpo, mas que rodasse nos giros e saltos. Embora não tenha ficado "exatamente" da forma que eu imaginei, acho que está bem apropriado para a dança. Também vou colocar uma renda nos cabelos e na cintura.

Vou colocar aqui os vídeos que eu mais gostei de dança com bengala.


Fifi Abdo

Nem precisa falar nada né? A Fifi Abdo É o said. Alegre, feminina, brincalhona. Aliás, minha professora Rhazi que recomendou o estudo da Fifi para mim, depois que eu apresentei meu solo pela primeira vez para ela. Ela disse que faltava leveza e feminilidade na minha dança, então lá fui eu atrás de vídeos da Fifi Abdo, e acabei encontrando este, aí entendi exatamente o que a Rhazi quis dizer (valeu Rhazi!!!). Não sei se eu consegui incorporar bem no meu solo, mas tentei!



Saida

Estilos beeeem diferentes, mas outra dança bonita. O estilo argentino é bem mais acelerado e forte do que eu costumo dançar, mas esta dança está bastante feminina também. Eu me inspirei no figurino dela pra fazer o meu e também gostei de alguns movimentos, que adaptei pra mim e coloquei no solo (os saltos por exemplo).

Agora é apresentar e curtir o meu said. Se a filmagem ficar legal depois eu tento colocar aqui.

* Fontes: livros "Ventre que Encanta" da Níjme e "Dança do Ventre - Ciência e Arte" da Patrícia Bencardini.
Site www.centraldancadoventre.com.br.