domingo, 14 de agosto de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Dançando o básico


Pra quem está acostumado com os super cambrés, os braços de serpente e a expressão séria de Rachel Brice e Mardi Love, aqui está um vídeo mais tradicional e com movimentos simples, mostrando que o básico bem executado também tem seu valor. Um vídeo interessante de se estudar para entender movimentos com clareza, emendas e leitura musical, além de sincronia quando se dança em dupla ou grupo, claro.


E o vídeo é do ano passado... será uma volta às origens???

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A dança em luto - Ally Hauff


Junto-me a todos da dança que lamentam a perda de um grande artista, Ally Hauff. Embora não o conhecesse muito bem, tive a sorte e o prazer de vê-lo pessoalmente no palco algumas vezes, e fico muito triste pelo que aconteceu.

Coloco aqui algumas palavras dele mesmo, que retirei do Multiply de sua Companhia, e que expressam exatamente a pessoa que ele foi, e a forma como ele gostaria de ser lembrado.


Viver, Amar e Ser Feliz – por Ally Hauff

“Existem momentos em nossas vidas que paramos para pensar o que temos feito com nossas vidas. Um dia pensei em ser uma pessoa e hoje sou outra, pensei em trilhar outros caminhos, mas me encontro em outro, quantas as vezes que pensamos que o mundo é de um jeito e na verdade nem temos ideia de como ele é.
Minha vida tomou um rumo de 360 graus que nunca havia tomado em minha vida, passado se fez presente e presente esta cada vez mais distante . Meus olhos sempre disseram a verdade e sempre expressaram meus sentimentos, hoje ele esta visualizando algo no futuro, coisa que nao faço à muito tempo, e quando digo muito tempo é muuito mesmo. Sei que pessoas foram e estão vindo no meu caminho, saber ouvir e ter dicernimento é algo subline coisa que estou aprendendo a cada dia de minha vida, se me pergutarem hoje como vc esta Ally ? Eu diria " estou ", mesmo visualizando um futuro não quero me prender a ele, pois sei que cada segunda ,cada momento de minha vida é precioso e tenho que aproveitar estes momentos, pois quando pedimos a Deus algo e ele nos concede temos que aceitá-lo  e agradecer, tenho feito isto todos os dias de minha vida agradecendo tudo o que vem acontecendo, muitos atropelos, muitos calos, muitas pedras, muitos desafios e muito aprendizado tem se apresentado em minha vida nestes ultimos 3 anos, que não sei como consigo passar por eles, mas sei  que consigo e venho fazendo isto a cada momento. Uma vez minha avó me disse: "Lilinho, voce é uma pessoa iluminada, que tem um dom incrível que nao direi a você qual é pois o descobrimento dele te fará muito forte ", não sei  se descobri este dom, ma sei que minha vida, realmente não é algo passageiro na vida das pessoas, pois sei que cada pessoa que esteve ao meu lado nao importando a circunstância, me mostraram tudo isto que minha avó me disse, percebi que os planos que fazemos para o futuro na verdade ja esta presente. Agradeço a todos sem excessão, que estão e estiveram na minha vida . Agradeço principalmente a minha mãe,  minha avó por tudo que me ensinaram, e  que me  fizeram ser esta pessoa que sou hoje, mesmo em fase de descobrimento mas procurando incansavelmente ser feliz.  Se um dia me perguntarem se a vida vale a pena, eu direi que sim que a vida é um presente que devemos agarrar e viver, sem medos, sem culpas, sem desesperos, pois cada pessoa que vem e vai em nossas vidas nos fazem valer a pena.
Deixo um recado à todos pois sei que um dia não estarei presente em corpo mas sim em alma e sei que estas palavras servirão para abrandar os corações daqueles que sempre me amaram.
'Vivam, vivam, vivam, mostrem ao mundo o quanto vcs são felizes, cada vez que expiramos é Deus nos mostrando o quanto somos importantes, amigos companheiros minha família e Luis , eu amo vcs, meu coração se enche de alegria cada vez que lembro de cada um, neste momento de minha vida gostaria que todos pudessem sentir o que meu coração sente, mas não direi o que ele esta sentindo pois quero que vcs possam pensar no que mais o Ally gosta e entao vcs poderão saber como me sinto.Pela eternidade eu sei que estarei ao lado de todos e cada vez mais presente no coração de todos. Te amo mãe, te amo vó, te amo Carlos, te amo Thiago, te amo Rodrigo minha família de sangue , te amo Luis meu amor e minha vida pela eternidade minha família de alma, meus amigos...............................inúmeros, Sejam e façam as pessoas felizes'.
Ally Hauff - eterno"
  
Texto retirado de http://allyhauff.multiply.com/journal/item/4 em 16 de junho de 2011.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Revista Shimmie n.5

Já está à venda a Shimmie número 5, pelo site, pontos de venda no Brasil e bancas de São Paulo. Nesta edição, eu escrevi sobre o livro "O Tempo da Beleza - Consumo e Comportamento Feminino. Novos Olhares". A revista ainda traz entrevistas com as feras internacionais Soraia Zaied e Saida, além das colunas bem bacanas sobre Psicologia, Folclore, Consciência Corporal e muito mais.

Olha que linda que ficou a capa.


      Essa é a minha coluna, Encontrei por Aí.

Para quem ainda não conhece, acesse http://www.shimmie.com.br/, ou se tiver alguma dúvida, observação ou critica sobre minha coluna ou qualquer outra coisa, pode falar comigo pelo international@shimmie.com.br.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Grupo Shangrila Rhazi e Tahya

Esse é o grupo do qual faço parte agora, do Shangrila! Meninas bacanas, alto astral, e no E-ventre tivemos a primeira de muitas apresentações, com certeza! Valeu meninas!!!


Pra quem não conhece a figura aqui, eu sou a terceira da esquerda pra direita, na fileira da frente.

terça-feira, 7 de junho de 2011

E-ventre 2011 - Olhar dos bastidores

Neste domingo aconteceu o E-ventre – evento do qual já participo há 3 anos. Assim como no ano passado, eu trabalhei na mesa de notas dos concursos, e é bem punk, porque é bastante responsabilidade tomar conta dos resultados (haja matemática!!). Mas, o lado é bom é que tenho contato direto com os jurados, e neste ano a banca de jurados estava muito forte: Adriana Belefusco, Esmeralda, Hadara Nur, Amara Saadeh, Tahya Brasileye, Fátima Braga e Lulu Sabongi. Não foram todas em todas as categorias, houve trocas durante o evento para não ficar cansativo para elas, mas qualquer uma dessas composições da banca estavam fantásticas. Embora tudo tenha sido muito rápido, e óbvio que não é o local para tietar, afinal eu estava trabalhando, claro que foi uma honra estar tão perto de profissionais tão renomadas. E eu tive que falar individualmente com cada uma para pegar um resumo do currículo para que fossem anunciados no momento do concurso. O que achei mais divertido foi que todas perguntavam pra mim “O que eu falo?”, “O que você acha que eu devo colocar?”, “Nossa, não sei o que falar...”, e como eu já as conhecia, ficava sugerindo “Fala onde você já dançou, quanto tempo de experiência você tem...”, rsrs, foi muito divertido. Não houve nenhum tipo de estrelismo, de nenhuma delas. Minhas impressões pessoais sobre cada uma foram muito positivas, e inclusive fui obrigada a mudar minha opinião sobre a Hadara Nur. Sinceramente falando, eu não ia muito com a cara dela, achava ela um pouco esnobe, e estava até meio apreensiva de chegar até ela para pedir seu currículo. Mas o que vi foi uma pessoa bacana, sorridente, e uma menina brincalhona, e um detalhe que até me emocionou: ela estava roendo as unhas antes do resultado, porque uma de suas pupilas competiu na categoria profissional (e levou o troféu, diga-se de passagem). Agora enxergo a Hadara com outros olhos...

A organização do evento sempre foi e continua impecável – as meninas ralam muito no evento pra que nada saia errado nem fora do horário. Aliás, esse é um dos pontos mais fortes do E-ventre: pontualidade! Eu só acho que esse ano os grupos em geral estavam um pouco despreocupados com os horários – tinha grupo que não estava pronto faltando 2 apresentações!!! E toca ficar a equipe de apoio correndo atrás dos componentes pelo lugar (por favor, né?!).

Também encontrei por lá as queridas Verinha, Natália, Zahira Nader, da blogosfera. Muito fofas como sempre!! Meninas, adorei encontrá-las novamente! Aliás, a Zahira competiu na categoria profissional e dançou Enta Omri. Eu chorei... Ela tá dançando muito, e imagina você dançar a música das músicas para a mestra das mestras Lulu Sabongi... parabéns Zahira, você está evoluindo a olhos vistos. E também chorei com a apresentação final da Lulu Sabongi – fiquei pensando em todas as mulheres que já aprenderam e ainda aprendem com ela, e no E-ventre pude vê-la no papel de mãe também – ela levou a pequena Eva junto. A pequenina quando a viu dançando no palco, saiu correndo para tentar subir; o Michael (o pai dela) correu para segurá-la, e ela caiu no choro porque queria ir com a mãe (que linda!). A Lulu viu isso do palco e expressou dó de mãe, mas continuou a flutuar como bailarina. Sempre que eu a vejo dançar penso em todos os papéis dessa mulher, e em como toda sua vida está presente no momento de suas apresentações. O olhar da Lulu transparece tudo que ela é, e por isso sua dança é muito verdadeira. Lulu é absoluta!

Ah, e eu não trabalhei apenas não, também dancei na mostra! Dancei com o grupo do Shangrila da Rhazi e da Tahya. Um grupo enooorme, tivemos que nos dividir em duas partes – um grupo dançou no palco e outro no chão, em frente – e foi muito bom. Esse grupo tem uma energia bem boa, e algumas meninas nunca tinham dançado em evento antes. Mandaram muuuuito bem, a Rhazi e a Tahya nos deram bastante força e encorajamento, e nos divertimos a valer! Ainda vamos nos apresentar em outros eventos, mas o primeiro é sempre especial! Adorei! (depois eu coloco uma fotinho, estou aguardando a autorização de todas as meninas do grupo)

Foi um domingo cansativo, corrido e ótimo! Um evento impecável, sem dúvida nenhuma. Parabéns a todas, mas principalmente à Débora e à Rhazi, profissionalíssimas!

Ainda vou escrever mais porque tem muita coisa pra falar em um só post.

domingo, 15 de maio de 2011

Dançar pela letra ou pela música?

Nós da dança do ventre conhecemos um amplo repertório de músicas árabes – naturalmente – e muitas de nós não entendem se quer uma palavra do idioma. Durante nosso estudo da arte, aprendemos sobre ritmos, instrumentos, estrutura da música clássica árabe, estilos egípcio, libanês, etc, e muitos aspectos ligados à música instrumental, ou seja, sem letra. Mas muitas músicas são originalmente cantadas (de Oum Kalsoum, por exemplo), e portanto têm uma história sendo contada. Embora existam alguns sites com tradução de letras dessas músicas, o número de canções acessíveis ainda é muito limitado.

Dentro desse repertório de músicas, sempre podemos ter uma ideia do que está sendo contado nelas com o auxílio de terceiros – amigos, professores e falantes de árabe –, e com isso podemos dançar sem estar completamente no escuro em relação à letra. Mas convenhamos que na maior parte das apresentações as bailarinas seguem a melodia e o ritmo, e não a letra.

Na música árabe, existem recomendações sobre o que não se pode dançar de jeito nenhum: músicas que falem de religião e Deus. Mas não é incomum vermos apresentações que utilizam essas músicas – e não é por desrespeito da bailarina, simplesmente é o desconhecimento da letra. Infelizmente isso pode ser bastante ofensivo para um árabe.

Quando partimos para o repertório mais moderno – que é muito amplo, e aceita praticamente todo tipo de música, especialmente se incluirmos as fusões –, também podemos fazer o mesmo questionamento: dançar pela letra ou pela música? Existem músicas muito belas em suas elaborações melódicas e instrumentais, e elas possuem letras que falam sobre morte, guerra, etc – assuntos que em geral não relacionamos à dança do ventre.

Já que o inglês é um idioma que eu conheço bem e com o qual eu trabalho todos os dias, vou citar exemplos com ele, pois tenho segurança para falar sobre ele – já sobre o árabe, não posso ir muito a fundo. Um dos exemplos que sempre me deixa bastante confusa a esse respeito é a música Hotel California, que já foi dançada no Khan el Khalili pela eterna musa Carlla Silveira. É uma dança muito bem executada – sobre a bailarina não tem nem o que falar – e improvisada, ou seja, ela não aparenta conhecer a música quando a dança. Mas lendo os comentários no YouTube na época – procurei muito pra colocar aqui, mas não consegui achar mais o vídeo -, lembro que dentre vários elogios, havia um comentário em inglês que perguntava “como alguém pode dançar uma música dessa?” , não exatamente com essas palavras, mas essa era a ideia. Um falante nativo, que perfeitamente entende a letra da música, estava revoltado porque alguém estava dançando essa música.

Hotel California tem um letra que apresenta diversas interpretações: algumas pessoas acham que ela fala sobre morte, outras acham que pode ser uma alusão a um manicômio, mas a versão da própria banda autora da letra – The Eagles – é de que essa letra aborda a decadência da indústria fonográfica no sul da Califórnia nos anos 70. Seja qual for a interpretação da letra, com passagens bastante sombrias, parece estranho quando você entende colocá-la na dança do ventre, mesmo com a execução de uma boa bailarina. Alguns dos trechos da letra dizem o seguinte:

E eu pensava comigo mesmo:
Isso poderia ser o paraíso ou poderia ser o inferno

Havia vozes pelo corredor,
Acho que as ouvi dizer:
Seja bem-vindo ao Hotel Califórnia

A última coisa que me lembro,
É que estava correndo até a porta
Eu tinha que encontrar um jeito de voltar
Para o lugar onde estava antes.
‘Relaxe’, disse o homem,
"Somos programados para receber
Você pode fazer o check out quantas vezes quiser,
Mas nunca poderá sair!"

Ou seja, bem resumidamente, o Hotel Califórnia é um lugar onde as pessoas ficam/estão presas/estagnadas para sempre – estejam elas vivas ou mortas, dependendo da interpretação.

Lembro-me que quando eu estava na 6ª série – há cerca de uns 15 anos –, eu já gostava bastante de inglês e tinha um caderno em que eu traduzia letras de música. Uma das músicas que eu gostava e que tinha traduzido era Zombie (Zumbi), da banda Cranberries. A música fala explicitamente sobre guerra (alguns trechos falam “E a violência causa silêncio, a quem estamos enganando?”, “Com seus tanques, e suas armas, e suas bombas, em sua mente, eles estão morrendo”). No colégio, um grupo de meninas dançou uma versão techno dessa música, e quando eu vi fiquei horrorizada!! Pensava como alguém poderia dançar tão feliz uma música que falava sobre as crianças sendo mortas violentamente em uma guerra?! Claro que as meninas que estavam dançando não tinham a mínima ideia sobre o conteúdo da música, mas imagina se fosse um trabalho de um grupo profissional apresentando isso para um público falante da língua inglesa, ou pior – em um país que já tivesse passado por uma guerra recente??? Imagina os efeitos que isso poderia causar... claro que no colégio foi tudo bem, e eu não expressei minha indignação porque sabia que elas não estavam conscientes desse fato. Mas até hoje tenho isso na minha cabeça, e continuo com a dúvida na dança do ventre.

Um exemplo na música árabe (bem besta por sinal, mas que eu sei que outras já pensaram também, rsrs). A bem conhecida música “Ana Bastanak” – belíssima, por sinal! Eu sempre ouvi essa música e imaginava – aiai, como é difícil admitir – que o título fosse o nome e o sobrenome de uma mulher: Ana Bastanak!! E como ele é bem repetido na letra, achei que fosse uma música de amor em homenagem a essa tal mulher. Bom, eu não estava totalmente errada, porque de fato é uma música de amor – ufa! –, mas não há nome de mulher nenhum na letra: “Ana Bastanak” significa “Eu te espero”. Embora minha confusão não chegasse a atrapalhar a execução da música, porque a interpretação ainda estaria relacionada a uma história de amor, eu simplesmente ignorei, mesmo que inconscientemente, o fato de que se trata de uma outra língua que não o português! Isso não me causou nenhuma saia justa, mas se fosse uma letra completamente diferente do que eu imaginava, poderia ser chocante ou ofensivo para um nativo ou para um bom entendedor de árabe, e convenhamos, nem todas as pessoas são compreensivas.

Por isso acho importante fazer uma escolha consciente: para quem vou dançar? Para que público e com qual propósito? Não acho feio nem errado dançar Hotel California, por exemplo, mas talvez ela não seja executável em todos os lugares. Zombie eu pessoalmente não dançaria, mas talvez outras bailarinas possam se apaixonar por sua melodia e aproveitar para uma coreografia mais performática e teatral... o difícil seria lidar com o choque.

Dizem que a música é universal, mas depois do episódio da Torre de Babel, os idiomas são muitos, e as culturas também. E aí, em qual das linguagens devemos buscar inspiração para dançar, no idioma ou na música?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

2o semestre!

O 2o semestre será marcado por muitas coisas boas para a dança, mas um evento em especial tem tudo pra ser fantástico!!!

Coisas boas acontecem com quem trabalha muito! E quem ganha com isso é a dança do ventre!

Por enquanto é tudo segredo de estado, mas assim que estiver liberado eu grito por aqui!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meditação de Thaís

Meditação de Thaís é um trecho da ópera Thaís de Jules Massenet, baseada no livro de mesmo nome de Anatole France.

Embora existam algumas diferenças entre a ópera e o livro, em geral ambos contam a história da personagem que dá o nome das obras – Thais – uma dançarina, atriz e cortesã de Alexandria, e as histórias são ambientadas no século 4. Thais encantava a todos com sua beleza e sua dança.

Na trama, Athanael, um monge cenobita, faz de tudo para converter a pagã Thais à Cristandade. Na verdade, Athanael apaixona-se por Thais, e transforma seus desejos ocultos por ela em uma obsessão por transformá-la em uma verdadeira dama cristã.

Thais, por sua vez, vive o conflito de ver sua juventude ir embora e ter de reconhecer sua própria mortalidade. Nesse momento de fraqueza, Athanael consegue convencer e levar Thais para um convento para que ela seja convertida. Mesmo conseguindo seu objetivo, Athanael não consegue esconder seus sentimentos por Thais, e quanto mais tentava esquecê-la, mais seus desejos o assombravam.

Quando Thais está no convento, ela torna-se uma santa. Após anos lutando contra seus próprios sentimentos, Athanael fica sabendo que Thais está morrendo, mas quando decide confessar seus sentimentos por ela, já é tarde demais. Thais morre de inanição (causada por ela mesma) nos braços de Athanael, logo após ele confessar seus sentimentos a ela.

A ópera não é encenada com muita frequência devido às dificuldades vocais que ela apresenta. São poucas as sopranos que conseguem cantá-la. A meditação de Thais é o trecho mais famoso da ópera e foi escrito originalmente para violino. Hoje podemos ouvir versões para piano, piano e violino, e orquestra, e é considerada uma das mais belas melodias de todos os tempos. Na ópera, a meditação é um interlúdio, ou seja, uma parte de transição entre atos, o momento em que Thais começa a questionar-se sobre seu futuro e pede à deusa Vênus que mantenha sua beleza.

Durante a pesquisa para escrever este post, eu encontrei uma entrevista de Renée Fleming, soprano, considerada uma das maiores intérpretes de Thais. Neste trecho que traduzi para colocar aqui, ela explica um pouco melhor sobre a personagem que interpreta, e termina fazendo uma relação que podemos facilmente enxergar na dança do ventre.

“Thais não é apenas uma obra musical. Sob o ponto de vista da atuação, ela também é um interessante estudo psicológico.
Ela é uma figura bastante moderna. Algo importante de se entender é que a palavra “cortesã”, especialmente na época em que Massenet escreveu a peça, tinha conotações completamente diferentes – e muito mais positivas – do que as de hoje. Referia-se a mulheres mais resguardadas do que a prostitutas. [...] Essas mulheres tinham vidas fascinantes. Elas eram completamente independentes, ao contrário das mulheres casadas, e podiam viver cercadas pelos grandes artistas e mentes de seus dias. Thais também é uma grande atriz e performer, uma estrela, e é precisamente por essa razão que Athanael deseja convertê-la. Então ela é um personagem maravilhoso para interpretar, tanto por sua confiança aparente quanto pela forma como ela utiliza seus dons de sedução para dominar seu próprio mundo. Mas ela também é incrivelmente solitária. Ela percebe que, no futuro, uma vez que sua beleza tenha desaparecido, ela não terá mais nenhum valor na sociedade, e está em um busca desesperada por algo mais. Essa busca por uma vida espiritual além da beleza física passageira relaciona-se conosco atualmente – relaciona-se às pessoas de qualquer época.”

Na dança, também podemos encontrar diversas interpretações para “Meditação de Thaís”. Essa peça, embora podendo ser executada por mais de um instrumento, apresenta a mesma carga emotiva e intimista de um taksim da música árabe. É aquele momento em que a bailarina dança “o conflito” e reconta a história de Thais através de seus gestos e expressão. E mesmo sendo uma peça escrita originalmente para o canto, “Meditação de Thaís” nasceu para ser dançada.

Além do belo vídeo da Ariella (que com certeza estudou muito para criar sua apresentação dessa música), existem outras interpretações muito lindas dessa música. Eu selecionei uma do tradicional ballet, e outra da patinação artística. Os 3 vídeos não devem ser comparados (todos possuem belas histórias sendo contadas com muita qualidade nas execuções, cada um dentro de sua própria expressão artística), são todos bonitas representações da mesma melodia. O da Ariella já está no post anterior, então aqui estão os outros dois.



Fontes:

http://www.nytimes.com/2008/12/10/arts/music/10thai.html
http://www.suite101.com/content/philosophy-and-fiction--thais-by-anatole-france-a211884
http://operaciv.org/Thais.htm
http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2008/12/fleming-protagonista-de-thas-de-jules.html

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira é dia de... dançar!!!

Esse é o vídeo de uma apresentação da bailarina Ariella da Casa de Chá. Para mim, a Ariella é o mais novo talento da dança, e será o tema de um próximo post. Esse vídeo emociona por várias razões - pela música, pela história, pela interpretação da Ariella... também escreverei futuramente sobre essa música e suas diferentes leituras na dança.

Por hoje, encantem-se! E boa Páscoa a todos!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mercado Persa 2011


Mercado Persa é sempre um momento marcante na dança. Mesmo quem não curte e não frequenta (mais) o evento sabe do que se trata e acaba envolvido de alguma forma.
Eu não aguento e acho que nunca vou aguentar frequentar os 3 dias do evento... simplesmente não tenho condições físicas para tal. Um dia já é o bastante para mim. Eu estive no evento ontem (domingo), que pelo que me disseram, foi o dia mais cheio (provavelmente porque é no domingo que acontece os concursos profissional e de grupo clássico).
Pontos positivos
1 – o que eu mais gosto no Mercado Persa: ver pessoas de muito longe, pessoas queridas (como a Verinha e a diva Danna Gama, por exemplo), reunião de estilos, a bagunça, as risadas...
2 – Figurinos: acho que foi o ano que percebi o maior cuidado com os figurinos, principalmente os de concursos. A grande maioria impecável! Destaque para o trabalho da Simone Galassi e da Ju Marconato. Aliás, eu não assisti, mas ouvi falar que o desfile da Simone foi um desbunde!!! Não vejo a hora de ver os novos figurinos!
3 – Grupos clássicos: lindos se morrer, com poucas exceções. Pra variar, o grupo da Kahina arrasou!!! Até achei que levariam o bi-campeonato, mas elas não ganharam. O grupo da Ju Marconato também foi muito bem, e eu e a Rhazi ficamos discutindo sobre qual teria mais chances, o dela ou o da Kahina – dúvida cruel!! Mas em geral as professoras e coreógrafas fizeram um ótimo trabalho. Parabéns a todas!
Pontos negativos
1 – Embora tenham se apresentado grupos muito bonitos, em geral eu acho que o nível caiu um pouco em relação ao ano passado. E principalmente no critério imaginação: as mesmas músicas de sempre, Jesus!!! Tudo bem que no clássico não se pode inovar no repertório muito mesmo, mas poxa, na fusão e no moderno o povo podia pirar!!! E embora diferentes estilos tenham sido ‘fusionados’, as músicas em si não foram além do velho repertório que a galera já ouviu bastante. Aliás, um dos grupos de fusão teve a infeliz ideia de usar um funk “da dança do ventre” – cuja “letra” incluía coisas do tipo “essa dança sensual que deixa os homens loucos”, “mexe o popozão com a dança do ventre”... eu vi, com meus próprios olhos, e juro que estou tentando esquecer até agora... talvez eu seja conservadora demais, mas não gostei nem um pouco. E também tiveram uns 2 grupos que eu não entendi qual era a fusão que eles estavam propondo.
2 – Esse não é bem um ponto negativo, mas um ponto de dúvida... na categoria profissional, o tema da final era dança com bengala e bastão. Eu só consegui assistir às 4 últimas concorrentes porque eu estava no salão de cima assistindo aos grupos de fusão. As 4 meninas que vi foram muito bem, uma delas dançou com bastão duplo e arrasou! Fiquei sabendo que a campeã chama-se Linda Muller – não sei se foi uma das que eu vi, mas já estou investigando. A minha dúvida foi em relação à proposta. No regulamento dizia o seguinte
“Nesta categoria o objetivo não será enfatizar a tradicional dança do bastão de raiz mas sim um estilo de dança mais sofisticada que se desenvolveu nas ultimas décadas para execução de shows em casas de espetáculos.”
Mas parece que todas apresentaram dança de bastão tradicional. Teve uma menina que até dançou Luxor Baladna! (minha música do coração!!!) Fora esse detalhe, as meninas dançaram bem, os figurinos estavam de acordo, bem luxuosos, mas esse detalhe me deixou com a pulga atrás da orelha...
3 – Atraso: quando eu fui embora, já eram 20h30 e os grupos clássicos ainda estavam se apresentando. Eu acho que teve um atraso de 1h, 1h30min, que embora seja bastante comum em eventos em geral, não deveria acontecer no Mercado Persa, muito menos no domingo, já que tem muita gente que tem que pegar estrada e trabalhar cedo na segunda-feira. Fora que isso também acaba com os nervos de quem vai competir. Não sei que horas acabou, mas pelo jeito o negócio foi longe.
E é isso! Ano que vem tem mais, e vamos ver quais outras surpresas teremos pela frente...

******
Em tempo...

Achei o vídeo da bailarina que venceu o concurso profissional, Linda Muller, e acho que de fato eu não me enganei quanto ao regulamento. Ela fez em seu solo o que foi proposto: dança de bengala para show. Ponto para os jurados que reconheceram isso. As apresentações que eu assisti - conforme mencionei acima - foram bonitas, porém tradicionais.

Parabéns a Linda pela conquista!

E achei também o 1o lugar do folclórico, que foi para... Kahina!!! Foi no sábado, então não assisti ao vivo, mas vendo o vídeo fico me perguntando como ela treina essas meninas???? Tudo sai tão sincronizadinho... uma graça! Parabéns à Kahina e ao grupo!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sexta-feira é dia de... dançar!!




Não dá pra ficar indiferente...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

To be or not to be (a professional)


Há um tempinho já estou com uma sensação em relação à dança... hoje vi o post da Zahira Nader chamado “Evoluções” e resolvi escrever sobre meus devaneios também. E a pergunta que resume a sensação que estou vivendo agora é “E agora?”.
Estudo dança do ventre há 5 anos, e embora não seja tanto tempo assim, estou num momento em que estou me sentindo estagnada. Não estou com preguiça de treinar, nem estou perdendo o gosto pela dança, muito pelo contrário, estou cada vez mais envolvida, mesmo tendo que dividir meu tempo entre outras coisas. Mas a grande dúvida é se busco a profissionalização ou não. Embora eu ame dançar e já seja professora em outra área, não sei se quero ser professora de dança do ventre e uma bailarina profissional... é uma sensação estranha, já que aparentemente a profissionalização foi um passo natural para a maioria das meninas que estão dançando há um determinado período de tempo.
Como forma de dar uma sacudida nas coisas, estou pensando seriamente em prestar o selo da Lulu. Acho que o processo de preparação (a escolha das músicas, os ensaios e a gravação dos vídeos) será fundamental para esclarecer algumas questões na minha cabeça, fora o feedback exclusivo da Lulu – um olhar de fora, com toda a experiência que só ela tem. Gostei muito da proposta de ter apenas a Lulu avaliando e depois de ter uma conversa pessoalmente com ela sobre meus pontos a melhorar... acho que não poderia ser melhor que isso. Talvez depois desse contato com ela e com a avaliação sobre minha dança, sem concursos, sem competição, o próximo passo fique mais claro.
Também concordo com a Zahira quando ela diz no post dela que devemos buscar novos desafios pra dar uma sacudida nas coisas, por isso pensei no selo da Lulu, e talvez começar um novo estudo, ler coisas diferentes, buscar novos ídolos para inspiração... até ‘o que’ buscar está me deixando em dúvida...
Acho que o post ficou tão confuso quanto eu... reflexo do momento...    

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sexta-feira é dia de... dançar!!!!

Dançar muito, cada um em seu estilo, coreografado ou no improviso. Só sei que sexta-feira é dia de dançar!!! Então, vídeos para inspirar...

A lenda... tem gingado, tem alegria... lindo de ver!


Mais duas lendas (vivas) bem conhecidas da DV - meus objetos de estudo atualmente.

Pra mim, dois bailarinos. As artes marciais têm tanto em comum com a dança (disciplina, trabalho com o corpo, alternâncias entre leveza e força, etc)

E pra momentos mais descontraídos (pra gargalhar e chorar de rir)...

Pra que levar tudo tão a sério, não?


Mais um artista oprimido...

Agora vou é dançar!!!!