
Arabesque de Emanuel Mattini
O nome arabesque vem do árabe – aa rah besk – e quer dizer 'ornamento'. É um termo bastante usado, não só para nomear o passo de dança, mas também um estilo de ornamento complexo com formatos geométricos compostos de traços curvos e um gênero musical. É o nome de companhias de dança, de cds e filmes.

Arabesque é um dos passos mais conhecidos em dança, muito visto no ballet, mas também na dança do ventre. E como é belo, talvez um dos passos mais belos de se ver. É aquele momento em que a bailarina além de mostrar todo o seu equilíbrio, flexibilidade (em alguns casos) e leveza, se eleva, parece que vai voar. É um momento em que o corpo está alongado, bonito, e ainda fica mais bonito com aquele olhar para o alto, que segue a direção da perna, dos braços e das mãos.
O arabesque é a posição em que o peso do corpo fica sobre uma das pernas e a outra fica esticada para trás. A perna na qual o peso do corpo está apoiado pode estar em meia-ponta ou inteiro no chão. Os braços ajudam a formar o desenho elegante do arabesque. O tronco tem que estar bem reto. No ballet, pelo que estive pesquisando, vi que existem vários tipos de arabesque dependendo da escola (italiana, russa etc). Na dança do ventre o movimento foi introduzido no século XX, como boa parte da técnica que conhecemos hoje, vindo do ballet.

Em uma música clássica de dança do ventre ele pode ser usado na entrada da bailarina, no meio da música e no encerramento. É um movimento que fica bonito em sequências, ou na finalização de giros, é bastante versátil. Sua técnica pode parecer simples, mas ele exige força e flexibilidade da bailarina, podendo sobrecarregar joelho e coluna se não for feito corretamente. Quando o arabesque for bem alongado, é muito importante que se tome cuidado com a finalização, para que não haja uma "queda" brusca da outra perna, sobrecarregando o joelho. Por isso é um movimento a ser bastante treinado e, para quem deseja fazê-lo como no balé ou "a la Saida", ou seja, bem alto e alongado, deve-se treinar muito para evitar lesões. Claro que para isso o trabalho da professora é essencial, e a aluna deve ter consciência de seus próprios limites e não sair por aí dançando tentando esticar ou elevar a perna acima do normal (eu já tive dores por causa disso, experiência própria).
As bailarinas egípcias fazem um arabesque menor, com a perna de trás flexionada, que eu aprendi como "arabesque oriental". Ele oferece uma dificuldade menor do que o outro, e na minha opinião pessoal, não fica tão bonito.

Pra quem curte um pianinho (eu amo!!!) recomendo ouvir o mais famoso dos arabesques da música erudita para piano, o Arabesque n. 1 de Debussy, compositor francês do impressionismo. Essa música me faz imaginar muitas coisas, às vezes uma tela sendo pintada, com as cores sendo misturadas aos poucos, com tons claros e escuros e variando entre pinceladas leves, lentas, pesadas ou pequenos toques do pincel; outras vezes uma dança, com belos movimentos de braços, mãos e claro, arabesques, trazendo a mesma sensação do passo da dança, a leveza, o "voar"...
http://www.hotshare.net/audio/108946-73993152dd.html
* pra ouvir a música, copiem o link no navegador e cliquem na opção "baixar esse áudio", alguma coisa assim, porque por alguma razão que eu desconheço, ele não toca no site. Se mesmo assim não der certo me mandem um e-mail, naznindoventre@gmail.com que eu envio a música. Ela é muito linda, vale a pena!